ZTE vai pagar US$ 1,2 bilhão de multa por vender tecnologias dos EUA ao Irã

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

08/03/2017 - 05:081 min de leitura

ZTE vai pagar US$ 1,2 bilhão de multa por vender tecnologias dos EUA ao Irã

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Imagem de ZTE vai pagar US$ 1,2 bilhão de multa por vender tecnologias dos EUA ao Irã no tecmundo

A fabricante chinesa ZTE foi multada pelo governo dos Estados Unidos em até US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 3,74 bilhões) por descumprir um acordo comercial e vender tecnologias norte-americanas para o Irã.

Os EUA têm uma sanção comercial pesada em relação ao Irã, e qualquer troca comercial deve ser realizada com a devida autorização. A ZTE confirmou que enviou para lá produtos pela própria fabricante ou via terceiros que continham tecnologias feitas ou licenciadas pelos norte-americanos desde 2010.

O valor a ser pago envolve US$ 900 em multas pelas acusações (violação de leis de exportação, falso testemunho e obstrução da Justiça) e mais US$ 300 milhões que ficam de "garantia" por sete anos — e que serão descontados caso a ZTE volte a descumprir o acordo. Executivos de altos cargos na fabricante garantiram anteriormente que o comércio com o Irã havia cessado, mas a declaração se provou falsa com o aprofundamento das investigações.

Pode não ser tão ruim

A ZTE é uma marca forte não só de smartphones, mas também de equipamentos de rede e infraestrutura, e marca presença com esses serviçios em diversos mercados da Ásia. Além do Irã, a ZTE foi acusada de fazer até 283 envios de equipamentos que incluem roteadores, microprocessadores e servidores para a Coreia do Norte — outro país extremamente fechado e que também não mantém relações comerciais com os EUA.

Como a ZTE concordou com o pagamento da multa e até admitiu o erro a partir de uma declaração do CEO Zhao Xianming, pode ser que a marca não fique com a imagem tão suja assim. Ela conseguiu um acordo para deixar de figurar a "lista negra" das companhias no país e continuar os acordos de importação e exportação de tecnologias com países que não tenham barreiras comerciais com os EUA.


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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