Jogamos 11-11, narrativa da 1ª Guerra contada em visual que simula pinturas

Por Lanna Solci

26/09/2018 - 03:002 min de leitura

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Alguns jogos se propõem a oferecer experiências completamente diferentes, que fujam do senso comum, que não apelem para tiros ou perseguições esbaforidas. 11-11: Memories Retold é uma promessa da Bandai Namco que segue esses moldes: tem pinta de indie e, seguindo a cartilha da liberdade artística, se propõe a explorar a criatividade por meio de mecânicas minimalistas. O Voxel teve a oportunidade de testar um trecho inicial da aventura.

Assim foi com Valiant Hearts, por exemplo, que recontou a Primeira Guerra Mundial explorando os sentimentos de cada personagem em várias frentes do conflito e deu um tom mais humano a esse evento. O “selo indie” desses jogos, que não abrem mão de suas premissas e conseguem financiamento graças à adoção das publishers grandes, é essencial para que o conceito de “arte” fique mais nítido do que nos tradicionais AAAs.

Desenvolvido pelos estúdios Aardman e DigixArt, 11-11: Memories Retold é uma aventura narrativa vivenciada sob as lentes dessa mesma Primeira Guerra Mundial e apresentada com um estilo visual deslumbrante, que remete a pinturas impressionistas.

Tom minimalista

Aqui, mais de um ângulo é apresentado, uma vez que você controla dois personagens: Kurt, um soldado alemão que se alistou pelo único propósito de buscar seu filho, desaparecido numa missão de campo; e Harry, um fotógrafo canadense responsável por registrar as mazelas da guerra.

Com o aval da Bandai Namco, há espaço para investir em nomes de peso: Kurt é dublado pelo ator Sebastian Koch (da minissérie “O Lobo do Mar”), enquanto Harry é interpretado pelo multifacetado Elijah Wood.

A produção musical de bom gosto – e sem exageros sinfônicos –, aliada ao visual “borrado”, como se fosse um quadro cuja pintura está em andamento, dão o tom minimalista da aventura, que se preocupa mais em contar uma boa história, de maneira simples, do que em entregar um gameplay brilhante – aqui, ele é deliberadamente simplório para que a sobriedade artística seja mantida.

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“Com esse projeto queremos produzir uma experiência que ajudará os jogadores a entenderem do que se trata a guerra”, explica Dave Sproxton, fundador da Aardman. “Estamos tentando criar um novo limite para o que um jogo pode ser e esperamos que seja uma experiência memorável", endossa Yoan Fanise, diretor do jogo na DigixArt.

Existem alguns colecionáveis que podem ser encontrados nos cenários. Eles são sumariamente lineares, pouco convidativos à exploração e autoexplicativos, guiando o jogador ao próximo objetivo para que ele continue testemunhando os desdobramentos da história, que consegue, em diversos pontos, envolver o espectador com diálogos inteligentes e uma dublagem bastante profissional.

Praticamente não há combate, até porque esse não é o foco aqui, mas há momentos em que você deve atravessar campos de batalha e precisa se esgueirar com um certo cálculo de tempo para chegar são e salvo. É como se fossem rápidos minigames, só que executados de maneira orgânica, sem mudar a perspectiva aos olhos do jogador.

De que forma isso pode se traduzir num eventual impacto que a narrativa é capaz de entregar – e a responsabilidade recai sobre ela, conduzida pelo visual artístico –, só o tempo dirá. Mas, por enquanto, dá para dizer que jogar um “quadro interativo”, empacotado por esse contexto histórico, traz uma sensação diferente.

11-11: Memories Retold será lançado no dia 9 de novembro para PS4, Xbox One e PC.

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Fontes

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