Tor: navegador de uso anônimo nega que foi invadido após prisão de usuário

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

20/09/2024 - 11:152 min de leitura

Tor: navegador de uso anônimo nega que foi invadido após prisão de usuário

Fonte : Tor

O navegador Tor, bastante usado para navegação sem rastros na internet e acesso a páginas da dark web, se manifestou após acusações de que ele teria sido comprometido e não seria mais anônimo. O Tor Project, responsável pelo programa, garante que ele ainda é seguro para usar e normalmente não permite a identificação de usuários.

O grupo se manifestou após um caso ocorrido na Alemanha. Um usuário do Tor teve a identidade revelada durante investigações policiais e foi preso por envolvimento com distribuição de materiais de abuso infantil.

As informações sobre a prisão e a investigação ainda são escassas, mas o navegador diz que não forneceu dados e nem sofreu qualquer tipo de brecha por parte de invasores. 

A interface do navegador
A interface do navegador Tor.

"Para a grande maioria dos usuários em todo o mundo que precisam proteger sua privacidade enquanto navegam na internet, o Tor ainda é a melhor solução. Incentivamos todos os usuários do Tor e operadores de retransmissão a sempre manter as versões do software atualizadas", diz a nota.

O que aconteceu nesse caso?

De acordo com o comunicado oficial, o usuário usava um serviço de mensagens dentro do Tor chamado Ricochet — em uma versão antiga e desatualizada, sem alguns protocolos de segurança essenciais que foram implementados. Dessa forma, usuários atuais do navegador e de outros serviços do projeto quem estão com tudo devidamente atualizado seguem protegidos e anônimos.

A polícia alemã teria encontrado o suspeito após analisar o tempo em que pacotes de dados se moviam entre os nós dos servidores do Tor. Dessa forma, foi possível determinar a localização geográfica aproximada da conexão e solicitar às operadoras locais via ordem judicial dados de acesso que permitissem a identificação.

As investigações na Alemanha foram realizadas entre 2019 e 2021. A implementação do protocolo Vanguards-lite, que reduz ainda mais as chances de identificação de um usuário, foi adicionada em 2018, mas só funcionava em programas devidamente atualizados.


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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