É realmente seguro usar o Bard, a IA do Google?

Após 4 meses do seu lançamento nos EUA, o Bard finalmente pode ser acessado no Brasil e na União Europeia. Em meio a essa notícia e os debates jurídicos pelo mundo sobre como regulamentar IA e os demais produtos das big techs, paira a grande dúvida: O Bard é seguro?

Para chegar a uma conclusão, perguntamos ao próprio modelo de linguagem criado pelo Google AI e consultamos estudos de especialistas em cibersegurança. Confira!

É seguro usar Bard?

Segundo a criação do Google, o Bard é seguro. Mas até ele – e os especialistas na área – afirmam que a resposta para essa dúvida não é trata de um simples "sim" ou "não".

A ferramenta é treinada a partir de um enorme conjunto de dados na internet para ser capaz de gerar texto, traduzir idiomas, escrever diferentes tipos de conteúdo criativo e responder às suas perguntas de forma informativa.

No entanto, é importante lembrar que o "Bard ainda está em desenvolvimento, e ele pode cometer erros. Se você tiver alguma dúvida sobre Bard ou se ele gerar algo que o faça sentir desconfortável, entre em contato com o Google AI", diz o chat conversacional da big tech.

Privacidade de dados é apenas uma das problemática no uso de Ai como o Google Bard.

Logo, é automático pensar na falta de compromisso do Google em garantir que seus chatbots de IA sejam desenvolvidos e implantados de maneira ética e responsável. 

O que embasa a opinião de vários funcionários da empresa ao considerarem apressado e malfeito o anúncio do Google Bard ao público e alimentando a discussão na web e no mundo político sobre transparência, responsabilidade e consentimento do usuário no Bard, ChatGPT e demais recursos de IA.

• Saiba mais: ChatGPT x Bard, 7 diferenças entre os chatbots de IA.

Quais são os perigos do Bard?

Pelo aspectos de cibersegurança, os principais riscos que ameaçam a privacidade de quem utiliza o Bard são:

Disseminar desinformação

Conteúdos falsos ou enganosos gerados pelo Bard podem induzir os usuários a tomarem decisões erradas ou compartilharem informações confidenciais com a ferramenta do Google.

O estudo realizado pela organização sem fins lucrativos Center for Countering Digital Hate (CCDH) em 2023 confirmou essa ação ao encontrar maneiras de manipular o algoritmo do Bard com prompt (comandos) simples.

Criar conteúdo ofensivo ou prejudicial

A tecnologia AI/ML que constitui o Bard pode ser treinada com dados tendenciosos ou não representativos. A consequência disso é perpetuação de estereótipos prejudiciais e discriminação.

• Veja também: Análise de segurança mostra que Google Bard pode ajudar cibercriminosos.

Coletar dados pessoais dos usuários

Informações como localização do usuário, endereço IP, endereços de casa e de trabalho cadastrados na Conta do Google do usuário são apenas uma parte dos dados armazenados pelo Bard durante a sua interação com o internauta.

Esse repositório de dados pode rastrear os usuários ou direcionar anúncios a eles. Sobre isso, o site Gizmodo divulgou no último dia 13 que as últimas atualizações do Google em sua política de privacidade tratavam sobre essa questão.

O consentimento de dados ainda não faz parte da nossa educação tecnológica.

Agora, a empresa detalhou ao dizer que usará dados públicos de usuários para criar produtos e treinar seus modelos de IA, como Bard, Cloud AI e Google Tradutor.

Isso significa que além das conversas salvas no Bard, a gigante da tecnologia utilizará toda e qualquer informação pública que você publicar na internet para desenvolver e aprimorar os produtos e serviços Google.

• Fique por dentro: ChatGPT e Google Bard geram chaves do Windows 11, mas você não pode usá-las.

Quais medidas de segurança implementar no uso do Bard?

1. Leia atentamente os termos de privacidade exibidos na página inicial do Bard antes de enviar comandos;

Suas atividades no Bard são armazenadas pelo Google pelo período de 3 a 36 meses.

2. Tenha cuidado com o que se compartilha com Bard. Ele pode coletar informações públicas sobre você e seu negócio, até o que você não gostaria que fosse público;

As conversas no Bard são analisadas por revisores humanos mesmo quando excluídas.

3. Verifique em fontes seguras as informações fornecidas pelo Bard. O conteúdo gerado pode ser enganoso e preconceituoso;

Diferente do ChatGPT, o Bard aponta as fontes utilizadas e tem em um botão para pesquisar mais sobre o tema.

É certo afirmar que as respostas rápidas de chatbots como Bard e ChatGPT vem encantando os internautas e revolucionando o modo como buscamos informações online, seja para projetos pessoais ou profissionais.

No caso da Inteligência Artificial do Google, a experiência dos brasileiros com esse modelo de linguagem é ainda mais recente.

Portanto, é essencial ter o cuidado e a atenção adequados para aprender a usar essa tecnologia em constante evolução sem comprometer a segurança de todos os envolvidos em sua criação e utilização.

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