Quando a Samsung e o Google anunciaram em outubro do ano passado o Android 12L, uma versão do sistema operacional específica para dispositivos de telas grandes, não ficaram claros os termos da negociação entre as duas gigantes. Agora, os sul-coreanos revelaram que a empresa de Mountain View exigiu que a Samsung produzisse um dobrável por ano para trabalhar no SO específico para dobráveis e tablets.
A informação foi divulgada em uma entrevista do vice-presidente da Samsung, Yoojin Hong, ao site Frandroid, durante a IFA 2022, em Berlim. O assunto era sobre como foram as negociações com o Google para a criação de um SO adequado para o primeiro dobrável da fabricante sul-coreana, lançado em 2019. O executivo disse que as conversas iniciais foram cheias de “entusiasmo”.
"E como desenvolvedor, foi um sentimento muito bom, cheio de paixão, cheio de 'uau, isso é incrível.' Foi emocionante, porque sentimos que estávamos trabalhando em uma inovação real na época", disse Hong.
O que o Google pediu como contrapartida pelo Android 12L?
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Fonte: Samsung/Divulgação.
O Google destacou que fornecer interfaces de programação de aplicativos (APIs) específicas e também a manutenção seriam um grande compromisso de sua parte. Por isso, pediu à Samsung um nível semelhante de comprometimento antes de iniciar o trabalho. E o que os americanos queriam era que a Samsung assumisse o compromisso de produzir um novo dobrável por ano.
A princípio os executivos coreanos gelaram: “Vamos continuar a produzir este telefone todos os anos?”, se perguntavam. Mas, mesmo em dúvida sobre como seria a receptividade do dispositivo junto aos consumidores, assumiram o compromisso exigido. “Foi uma sensação boa, sabe, dizer ‘sim, vamos fazer isso!’”, disse Hong.
Mas a grande questão – por que o Google pediu isso à Samsung? – não foi esclarecida. Como há rumores de que a Big Tech estaria trabalhando no desenvolvimento de um dobrável próprio, é possível que os americanos tenham usado os sul-coreanos para testar o mercado.
Atualmente, a Samsung é líder no setor de celulares dobráveis com a linha Galaxy Z. Segundo dados de março, a companhia é dona de "somente" 88% desse segmento de mercado.
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