Uso de máscara nas ruas 'quebra' biometria facial, diz estudo

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

28/07/2020 - 05:302 min de leitura

Uso de máscara nas ruas 'quebra' biometria facial, diz estudo

Fonte :  Pixabay 

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A utilização de máscaras no rosto como medida de proteção contra a disseminação do novo coronavírus teve um impacto negativo em um setor da tecnologia: o de equipamentos de reconhecimento facial, que agora encaram reduções significativas na taxa de acerto do pareamento do que é escaneado e de imagens registradas em bancos de dados.

Um novo estudo publicado pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) dos Estados Unidos mostra que algoritmos de reconhecimento facial apresentam taxa de erro entre 5% e 50% quando a pessoa capturada pelas câmeras está usando uma máscara — sendo que a taxa de erro com os rostos sem qualquer intervenção é de 0,3%.

De acordo com a pesquisa, até mesmo os melhores algoritmos dos 89 sistemas testados apresentam problemas em identificar pessoas com nariz e boca cobertos. Em vários casos, eles foram até incapazes de fazer o processamento do rosto detectado, já que não foi possível "medir" corretamente a face e reconstruí-la digitalmente. 

Sistemas de reconhecimento facial ficaram mais populares em locais como aeroportos.Sistemas de reconhecimento facial ficaram mais populares em locais como aeroportos.

As falhas são motivos de preocupação dos pesquisadores, já que o uso de máscaras deve ser mantido durante algum tempo. A medida é bastante recomendada em vários lugares do planeta para reduzir o contágio na pandemia e, em algumas regiões, até mesmo obrigatória para frequentar locais públicos.

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Os testes ainda mostram que máscaras na cor preta são as que mais prejudicam essas plataformas, em comparação aos acessórios em azul. O formato também importa: modelos circulares tendem a ser mais fáceis de serem burlados pela IA do que as máscaras que cobrem a maior parte do nariz e praticamente toda a metade inferior da face do usuário.

Por enquanto, somente testes "um a um" envolvendo máscaras foram realizados. Nessa modalidade, o rosto escaneado é comparado com uma foto que deve ser o resultado correto — como a conferência de identidade ou passaporte, por exemplo. Sistemas de vigilância em massa, como o de câmeras de segurança, não foram utilizados no estudo.

A próxima rodada de testes do NIST vai envolver algoritmos que "imaginam" máscaras faciais nas fotos do banco de dados para fazer novas comparações. 


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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