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Brasil chega a 1,5 milhão de TV boxes piratas infectadas malware Bad Box 2.0

O programa malicioso pode vir pré-instalado nos dispositivo ou ser acionado remotamente, facilitando o roubo de dados e o uso do equipamento em ataques cibernéticos.

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

12/08/2025, às 18:00

O Brasil chegou a mais de 1,5 milhão de unidades de TV boxes pirata infectadas pelo malware Bad Box 2.0, se tornando o país mais afetado pelo agente malicioso utilizado em diferentes ataques cibernéticos. A informação está em um alerta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgado nesta terça-feira (12).

Segundo o órgão, a quantidade de aparelhos comprometidos era de aproximadamente 340 mil entre fevereiro e maio, mas desde então houve um grande salto, com o número mais recente se referindo ao mês de julho. Os modelos infectados atraem os usuários por liberarem o acesso a conteúdos audiovisuais pagos por meio de plataformas ilegais.

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As famosas caixinhas de TV piratas dão acesso a milhares de conteúdos pagos de maneira ilegal. (Imagem: Getty Images)

O que o Bad Box 2.0 faz?

Ameaça reconhecida mundialmente, inclusive com alertas emitidos por centros de segurança cibernética da Irlanda e de Portugal e também pelo FBI, o malware detectado nas TV boxes piratas pode comprometer os dados do usuário. Além disso, representa riscos para a segurança das redes de telecomunicações.

  • Conforme estudos da Anatel, o agente malicioso vem pré-instalado nesses dispositivos, mas a sua ativação também acontece remotamente, quando o equipamento se conecta à internet;
  • Quando entra em ação, o Bad Box 2.0 pode proporcionar o roubo de credenciais de acesso, permitindo que os operadores invadam contas em diversos serviços online;
  • Ele também é usado em fraudes publicitárias, gerando cliques falsos em anúncios e a geração de renda para cibercriminosos;
  • A utilização das caixinhas de TV infectadas em campanhas de Ataque Distribuído de Negação de Serviço (DDoS) é outra prática associada aos operadores do malware.

O órgão ressalta, ainda, que os dispositivos comprometidos geram tráfego de dados suspeito mesmo em modo de espera. Dessa forma, eles possibilitam a retransmissão de tráfego para atividades ilícitas, como a manipulação de dados pessoais, golpes e acessos a sites de tribunais e bancos.

“A Anatel tem intensificado a fiscalização de dispositivos irregulares e investido no desenvolvimento de soluções tecnológicas para garantir um mercado digital seguro, transparente e em conformidade com as normas regulatórias”, disse o conselheiro Alexandre Freire, em comunicado, destacando as ações de combate à pirataria.

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Os dispositivos comprometidos podem ser usados em diversas campanhas maliciosas. (Imagem: Getty Images)

Recomendações aos usuários

Para mitigar os riscos relacionados às TV boxes com o malware Bad Box 2.0, o órgão sugere que os consumidores priorizem a compra de dispositivos homologados e desliguem os aparelhos pirateados com sinais de comprometimento. Baixar apps e atualizações em fontes oficiais e manter o sistema operacional atualizado são outras recomendações.

“A atuação da Anatel não se limita a normas, ela busca proteger os usuários contra fraudes e riscos cibernéticos. A sociedade precisa estar ciente de que não se trata apenas de um problema técnico, mas de um desafio que envolve segurança pública, proteção de dados pessoais e concorrência leal”, alertou a superintendente de fiscalização da agência, Gesiléa Teles.

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Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.

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