BitConnect: vítimas da fraude de US$ 2 bi recuperam US$ 57 milhões

Por JORGE MARIN

18/11/2021 - 10:001 min de leitura

BitConnect: vítimas da fraude de US$ 2 bi recuperam US$ 57 milhões

Fonte :  Logodix 

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O Gabinete do Procurador dos EUA para o Distrito Sul da Califórnia anunciou na terça-feira (16) o início da maior recuperação única de criptomoedas para as vítimas já registrada. Em conjunto com o US Postal Investigative Service, serão liquidados aproximadamente US$ 57 milhões (cerca de R$ 315 milhões) em criptomoedas, já atualizados monetariamente, relativos à apreensão dos administradores da "falecida" BitConnect.

Embora o valor seja considerável, não chega nem perto do montante de US$ 2 bilhões que foi o valor do golpe aplicado aos investidores americanos e estrangeiros durante os dois anos de operação da criptomoeda. Em 1º de setembro, a Securities and Exchange Commission (SEC) processou a BitConnect e seus fundadores Satish Kumbhani e Glenn Arcaro.

Fonte: Logodix/ReproduçãoFonte: Logodix/Reprodução

Como foi o golpe da BitConnect?

BitConnect é o nome de uma criptomoeda lançada em fevereiro de 2016, que operava em código aberto com um token próprio, o BitConnect Coin (BCC). A plataforma se destacou como um programa de investimentos de alta rentabilidade, chegando a oferecer 1% ao dia. Logo o criptoativo se popularizou rapidamente, com o seu valor chegando ao "top 20" já no verão de 2017. 

No entanto, após essa ascensão meteórica, diversas suspeitas e investigações levaram ao encerramento das operações de câmbio e empréstimos da Bitconnect, cumprindo uma determinação dos reguladores do Texas e da Carolina do Norte, em janeiro de 2018. Como consequência, o BCC despencou de US$ 463 em dezembro de 2017 para apenas US$ 0,40 em março de 2019.

Na audiência do dia 1º de setembro, Arcaro admitiu aos procuradores federais que havia enganado os investidores o tempo todo sobre a suposta tecnologia proprietária do BitConnect. Na verdade, os primeiros investidores da moeda foram pagos com o dinheiro dos investidores que aderiram posteriormente, o que configura um caso clássico de esquema de pirâmide (chamado nos EUA de “esquema Ponzi”).

Pronto para ouvir sua sentença em 7 de janeiro de 2022, Arcaro poderá pegar até vinte anos de prisão e US$ 250 mil em multas. 


Por JORGE MARIN

Especialista em Redator


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