FBI vendeu celulares 'grampeados' para monitorar criminosos

Por André Luiz Dias Gonçalves

09/06/2021 - 02:001 min de leitura

FBI vendeu celulares 'grampeados' para monitorar criminosos

Fonte :  Pixabay 

Imagem de FBI vendeu celulares 'grampeados' para monitorar criminosos no tecmundo

Uma operação internacional realizada por polícias de vários países terminou com a prisão de centenas de criminosos, depois que eles usaram celulares criptografados pelo FBI para se comunicar. Os resultados da investigação foram divulgados nesta terça-feira (08).

Intitulada “Trojan Shield” (ou “Escudo de Troia”, em tradução livre), a operação teve início em 2018, quando o FBI se juntou à Polícia Federal da Austrália. As duas organizações criaram um app de mensagens criptografadas chamado ANOM, que vinha em um telefone supostamente seguro, vendido a grupos do crime organizado.

Mais de 12 mil aparelhos foram parar nas mãos de 300 organizações criminosas de diversos países, ganhando a confiança de figuras reconhecidas no meio. No entanto, elas não sabiam que mais de 27 milhões de mensagens trocadas usando a plataforma estavam sendo interceptadas pelo FBI, permitindo o monitoramento dos grupos.

Mais de 27 milhões de mensagens entre criminosos foram monitoradas na plataforma.Mais de 27 milhões de mensagens entre criminosos foram monitoradas na plataforma.

Os celulares adquiridos por US$ 2 mil cada, o equivalente a mais de R$ 10 mil pela cotação de hoje, tinham apenas o serviço de mensagens funcionando (não havia GPS nem sistema de ligações). Ele vinha disfarçado no app da calculadora do smartphone e exigia um código enviado pelo ANOM para ser ativado.

O que foi descoberto?

Nas conversas usando o falso app de bate-papo do crime organizado, os policiais interceptaram grupos tramando assassinatos, compartilhando planos para traficar drogas em massa e diversos outros tipos de esquemas ilegais. Fotos de toneladas de cocaína escondidas em meio a frutas também eram comuns, segundo a BBC.

Contando com mais de 9 mil agentes em todo o mundo, a operação Trojan Shield resultou na prisão de aproximadamente 800 suspeitos de envolvimento com crimes em vários países, dos quais mais de 200 na Austrália.

Também foram apreendidos US$ 48 milhões em criptomedas e dinheiro, 32 toneladas de drogas (cocaína, maconha e mais), 55 veículos de luxo e 250 armas de fogo.


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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