Orwell | Escolas russas implantam vigilância com reconhecimento facial

Por Camilla Silva

17/06/2020 - 09:001 min de leitura

Orwell | Escolas russas implantam vigilância com reconhecimento facial

Fonte : Kremlin/Reprodução 

Imagem de Orwell | Escolas russas implantam vigilância com reconhecimento facial no tecmundo

Segundo o jornal The Moscow Times, mais de 43 mil escolas da Rússia serão equipadas com uma plataforma de vigilância com reconhecimento facial chamada Orwell, em homenagem ao autor do livro de ficção científica 1984. O objetivo é que a tecnologia mantenha a proteção local, acompanhando a movimentação dos estudantes e de pessoas do lado de fora das instituições.

Desenvolvida pela Elvees Neotech e laboratório NTechLab — subsidiárias do conglomerado estatal Rostec —, a Orwell usa combinação de algoritmos de visão computacional e imagem térmica para identificação. O rastreamento completo ainda inclui a instalação de 20 câmeras em cada escola. Até o momento, 1.608 já operam ao longo de 12 regiões dessa maneira.

Sistema é parte de plano de digitalização do presidente russo Vladimir Putin.Sistema é parte de plano de digitalização do presidente russo Vladimir Putin.

O sistema de segurança recebeu investimento de 2 bilhões de rublos (cerca de R$ 151 milhões) por parte do governo russo, e é ligado a um programa de digitalização implementado pelo presidente Vladimir Putin, cujo valor total é avaliado em 174 bilhões de rublos (cerca de R$ 13,1 bilhões). Adiante, Orwell também será usada para monitoramento do horário de trabalho de professores e aulas online.

Sistema já foi alvo de críticas

Segundo Yevgeny Lapshev, porta-voz da Elvees Neotech, os bancos de dados da tecnologia serão armazenados localmente para evitar vazamentos. Além disso, o rastreamento de pais e filhos não ocorrerá sem consentimento prévio.

Contudo, essa não é a primeira experiência russa com a plataforma Orwell, pois foi também implementada em Moscou, junto de mais de 200 mil câmeras, para identificação de suspeitos de crimes. A medida foi alvo de críticos e protestos, que a acusaram de violar a privacidade da população.

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