Huawei cresce enquanto Apple e outras empresas perdem mercado na China
Por Nilton Cesar Monastier Kleina
07/03/2024 - 04:15•2 min de leitura
Fonte : Getty Images/Reprodução
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O mercado de smartphones na China está em um período de mudanças com o fortalecimento de fabricantes nacionais. Essa é uma das conclusões de um novo levantamento da Counterpoint Research, que avaliou o desempenho do setor nas primeiras seis semanas de 2024.
De acordo com o estudo, a venda de celulares no país caiu em 7% em comparação com o mesmo período do ano passado. Ainda assim, esse não é um motivo para preocupações, já que os números de 2023 foram um ponto fora da curva e agora o mercado está se reajustando ao volume tradicional.
Globalmente, o mercado de celulares apresentou uma performance abaixo do esperado no ano passado. Isso não representa exatamente uma crise no setor, mas uma mudança de comportamento do público.
Um relatório da mesma Counterpoint apontou, por exemplo, que o consumidor prefere cada vez mais os modelos premium — mais caros por unidade e que costumam durar por mais tempo, o que reduz também a frequência de aquisição de um novo telefone.
Apple em baixa, chinesas em alta
O estudo identificou também quais são as marcas de celular mais populares na China. Uma companhia em especial que costumava ser a líder está em baixa: a Apple, que segue com 16% do mercado local, mas viu as vendas caírem 24% em relação ao começo do ano passado.
Segundo o levantamento, o motivo é um descontentamento geral do público chinês em relação ao iPhone 15, uma geração com mudanças consideradas pouco significativas para justificar a compra.
O gráfico com a distribuição do setor de celulares na China.
Outras marcas de peso nascidas na China, como Xiaomi, Oppo e Vivo, que segue a líder nacional por pouco, também tiveram uma queda nas vendas.
Por outro lado, duas fabricantes chinesas apresentaram um crescimento acelerado. É o caso da Honor, com um aumento de 2%, e principalmente a Huawei, que viu as vendas crescerem 64%.
A Huawei, que é inclusive a ex-dona da Honor, chegou a ser a vice-líder do mercado global de celulares antes da pandemia da covid-19. Nesse período, entretanto, ela virou alvo de acusações dos Estados Unidos de espionagem política e corporativa.
A venda dos atuais iPhones não empolga na China até o momento.
Como consequência, ela perdeu o acesso ao ecossistema Android e ficou os anos seguintes em processo de reconstrução. O seu próximo dispositivo é o top de linha Huawei P70, com tela OLED e um novo chip feito pela própria empresa.
Por Nilton Cesar Monastier Kleina
Especialista em Analista
Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.