Justiça suspende recuperação judicial da 123 Milhas por constatação prévia; entenda

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

21/09/2023 - 04:452 min de leitura

Justiça suspende recuperação judicial da 123 Milhas por constatação prévia; entenda

Fonte :  Juarez Rodrigues/TJMG 

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A recuperação judicial da empresa de viagens 123 Milhas está suspensa provisoriamente. A decisão foi do desembargador Alexandre Victor de Carvalho, da 21ª Câmara Especializada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

O motivo é constatação prévia, um procedimento jurídico que busca verificar as condições de funcionamento da empresa e a regularidade dos documentos apresentados no início do pedido. 

TJMG vai julgar se a recuperação da 123 Milhas é mesmo viável.TJMG vai julgar se a recuperação da 123 Milhas é mesmo viável.

A ação foi realizada após um pedido do Banco do Brasil, o maior credor da companhia, com pendências que chegam a R$ 97,1 milhões. A instituição afirma que "as empresas não apresentaram a totalidade dos documentos exigidos pela legislação para viabilizar o processamento da recuperação judicial". 

Além disso, a 123 Milhas não teria apresentado a lista completa de credores, outro documento exigido por lei para o pleno conhecimento da situação financeira da companhia.

A suspensão é válida até o final da perícia, que será realizada por profissionais já nomeados pelo desembargador. Todo o processo pode levar 180 dias, período no qual as ações judiciais contra a companhia ficam paralisadas. Ainda assim, as cobranças seguem vigentes e o funcionamento da empresa não foi impedido.

O TJMG vai julgar, além da constatação prévia, se a empresa de fato tem viabilidade para passar pelo processo de recuperação judicial e arcar com os credores ou se terá a falência declarada.

Relembre o caso da 123 Milhas

O escândalo da empresa de viagens 123 Milhas estourou em agosto de 2023, quando vários pacotes de viagens de embarques marcados entre os meses de setembro e dezembro deste ano foram repentinamente cancelados. Os clientes atingidos pela decisão não tiveram reembolso integral, mas um "voucher" para gastar com a própria companhia, que logo depois realizou uma rodada de demissões.

Sem expectativa de atingir a receite necessária para arcar com os próprios custos, a companhia entrou com pedido de recuperação judicial no final do mês passado. Ao todo, as dívidas totalizam aproximadamente R$ 2,3 bilhões.

Até mesmo a Câmara dos Deputados vai analisar o caso, que pode ser considerado uma pirâmide financeira pelo funcionamento do modelo de venda de passagens promocionais.


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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