'Rainha das criptomoedas' teve ajuda da polícia para fugir do FBI

Por JORGE MARIN

20/10/2022 - 11:001 min de leitura

'Rainha das criptomoedas' teve ajuda da polícia para fugir do FBI

Fonte :  FBI 

Imagem de 'Rainha das criptomoedas' teve ajuda da polícia para fugir do FBI no tecmundo

Conhecida internacionalmente como “Rainha das Criptomoedas”, Ruja Ignatova fugiu das autoridades policiais em outubro de 2017, após um esquema de pirâmide que simulava moedas virtuais e resultou em uma fraude de US$ 4 bilhões (R$ 21 bilhões). Agora, arquivos vistos pela BBC mostram que ela ficou sabendo da sua ordem de prisão pouco antes de fugir.

Em uma reportagem divulgada na quarta-feira (19), a emissora revelou uma documentação repassada ao seu podcast The Missing Cryptoqueen (algo como “a criptorrainha desaparecida”) do jornalista Jamie Bartlett. Esses arquivos policiais foram entregues a Bartlett por Frank Schneider, um importante assessor de Ignatova que já teve sua extradição solicitada pelo FBI.

Schneider nega, no entanto, que ele tenha obtido essa documentação, mas que recebeu o conteúdo em um cartão de memória diretamente das mãos de Ignatova. Ao examinar os metadados, ele garante que as informações foram passadas para ela por seus próprios contatos na Bulgária.

A (não tão) secreta Operação Satélite

Fonte: FBI/Divulgação.Fonte: FBI/Divulgação.

Os arquivos policiais fornecidos ao podcast contêm algumas apresentações feitas durante uma reunião realizada na cidade de Haia, na Holanda, no dia 15 de março de 2017. O assunto era a deflagração, pela Europol, da “Operação Satélite”, que prenderia Ruja Ignatova pelo seu esquema fraudulento da criptomoeda OneCoin, que nem usava a blockchain.

Alertada sobre as movimentações policiais possivelmente por algum participante da reunião, Ignatova embarcou em um avião na Bulgária, sete meses depois, com destino à Grécia, e nunca mais foi vista. Na reunião, havia representantes do FBI, Departamento de Justiça e promotoria de Nova York, por parte dos EUA, além de oficiais do Reino Unido, Alemanha, Holand, Dubai e Bulgária.

De acordo com Schneider, que continua negando sua participação no caso, “quando os búlgaros participaram de determinadas reuniões da Europol, ela [Ignatova] levou apenas horas para obter um resumo completo e as atas do que foi dito nesses encontros”.


Por JORGE MARIN

Especialista em Redator


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