Huawei cutuca Google sobre novos apps: 'Anúncios não nos importam'

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

22/01/2020 - 05:302 min de leitura

Huawei cutuca Google sobre novos apps: 'Anúncios não nos importam'

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Depois de ser banida de utilizar o ecossistema da Google em seus smartphones, a fabricante Huawei está disposta a comprar a briga contra a gigante. De acordo com o site Business Insider, a empresa vai investir US$ 26 milhões no desenvolvimento de aplicativos alternativos aos serviços da antiga parceira.

O plano foi detalhado durante um evento em Londres no dia 15 de janeiro, quando executivos da companhia se reuniram com a imprensa para falar sobre os próximos passos em um dos principais mercados internacionais da chinesa. Desenvolvedores britânicos devem ser bastante visados no projeto.

Segundo o vice-presidente de serviços para o consumidor na Europa, Jamie Gonzalo, a Huawei vai construir um ecossistema de apps menos invasivo do que o atual do Android, com menos spam e notificações. "Isso é muito bom de um ponto de vista da privacidade. Anúncios não são importantes para nós", alfineta o executivo, indiretamente citando o que ocorre com a Google.

Um passo de cada vez

Para explicar na prática o que é esse funcionamento mais privado, Gonzalo deu um exemplo simples. Quando você assiste a um filme como Exterminador do Futuro e o smartphone coleta essa informação, logo você começa a receber anúncios em forma de banners e notificações a respeito, direcionados inclusive para a sua faixa etária e perfil de consumo. No lugar, a Huawei forneceria no máximo alternativas úteis, como a possibilidade de ouvir a trilha sonora ou baixar o game adaptado do longa-metragem.

Curiosamente, privacidade é exatamente o que está no centro dessa briga com os EUA: a Huawei é acusada de ser uma espiã a mando do governo chinês, supostamente utilizando a estrutura e os dispositivos para coletar informações.

Recentemente, a Huawei fechou uma parceria com a TomTom para fornecer o app de mapas da companhia em seus dispositivos móveis. Anteriormente, ela construiu um sistema operacional inteiro, o Harmony, ainda fora de uso em celulares. Atualmente, a empresa utiliza uma versão de código aberto do Android em seus lançamentos. Nela, já consta uma loja de aplicativos da própria fabricante com alguns dos principais serviços do mercado.


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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