Segundo pesquisa recente, mais de 20% das buscas dentro do TikTok trazem conteúdo com informações equivocadas, ou, no mínimo, sem embasamento. O resultado recorrente promove desinformação, consistentemente, principalmente entre público jovem, que representa maior parte da base de usuários da plataforma.
Conforme os dados divulgados pela NewsGuard, o motor de busca do TikTok pode levar usuários a acreditarem em notícias falsas, teorias conspiratórias, e até mesmo reforçar comportamentos tóxicos ou perigosos.
Maior plataforma entre jovens buscando informação
Segundo levantamento recente, o TikTok ultrapassou o Google como principal fonte de informação entre as gerações mais novas, principalmente por oferecer vídeos curtos com pouco ou nenhum texto.
O movimento preocupa autoridades, mas não necessariamente pelo formato do conteúdo. De acordo com analistas da NewsGuard, 19,4% das buscas por notícias entregavam resultados com informações deliberadamente equivocadas, fake news, e com potenciais riscos para usuários e comunidades.
Algoritmo reforça buscas polarizadas
Além dos resultados, os pesquisadores também compararam os termos sugeridos para buscas na plataforma. A maioria das sugestões trazia ideias negacionistas, ou enviesadas como "aquecimento global refutado" ou "vacina covid alertas". As mesmas buscas no Google ofereciam sugestões mais neutras, diretas e menos subjetivas, como "melhores vacinas covid".
Buscas sugeridas no Google são menos enviasadas que no TikTok
Alguns vídeos do TikTok continham, inclusive, as famosas receitas de curas milagrosas para COVID-19 ou reforçavam o uso de práticas sem evidência científica, como hidroxicloroquina e outras drogas sem, sequer, recomendação off-label pela OMS.
Video do TikTok ensinava a produzir hidroxicloroquina caseira.
No campo político, era comum os termos sugeridos de busca e resultados com vídeos contendo discursos de ódio ou de grupos como QAnon, incentivando violência ou trazendo alegações falsas.
Curadoria fraca
O site CNN entrou em contato com porta-voz do TikTok, que explicou que a empresa condena a desinformação, e que curadoria passa por algoritmo auxiliado por inteligência artificial. Contudo, vale ressaltar que esses algoritmos precisam ser "treinados" para serem efetivos.
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Conforme os testes conduzido, dos 102 milhões de vídeos removidos nos últimos meses, menos de 1% violava os termos da comunidade relacionados a conteúdos falsos e desinformação.