Após defeito, Telescópio Hubble entra em modo de giroscópio único para prolongar sua vida útil

Por JORGE MARIN

05/06/2024 - 09:002 min de leitura

Após defeito, Telescópio Hubble entra em modo de giroscópio único para prolongar sua vida útil

Fonte :  Getty Images 

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Após orbitar a Terra mais de 31 mil vezes, durante 34 anos, é natural que o Telescópio Espacial Hubble comece a sentir “o peso da idade”. No dia 24 de maio, o poderoso dispositivo parou repentinamente de fazer observações científicas, e entrou no modo de segurança especial, após detectar leituras estranhas de um de seus giroscópios.

Em um comunicado à imprensa, a NASA informou que o hardware com mau funcionamento não poderá ser consertado, o que deixará o Hubble com apenas dois giroscópios, uma vez que estava há algum tempo operando com apenas três de um total de seis existentes. Com isso, a agência decidiu colocar o telescópio no modo de um giroscópio, poupando o outro saudável como reserva para uso futuro.

Giroscópios são importantes para o funcionamento do Hubble, pois medem as taxas de variação de seus três eixos (rolamento, inclinação e guinada). Além disso, esses instrumentos permitem que a equipe da missão possa apontar da Terra para o alvo cósmico a ser explorado.

As trocas de giroscópios do Telescópio Hubble

Especialista da Missão MS4 substitui giroscópio em maio de 2009.Especialista da Missão MS4 substitui giroscópio em maio de 2009.

Além dessa “cirurgia de catarata” na órbita baixa da Terra, o Hubble já recebeu um total de 22 dispositivos, dos quais nove já sofreram falhas. Em funcionamento normal, três giroscópio apontam para o espaço, enquanto os três restantes ficam como backup. Mas, antes da falha, o Hubble estava operando com dois giroscópios funcionais e um de reserva.

Usar dois giroscópios praticamente não altera a forma de operar do Hubble, pois outros sensores a bordo conseguem substituir os atributos doequipamento faltante. No entanto, a operação monogiro trará algumas limitações.

Primeiramente, “o observatório precisará de mais tempo para se concentrar em um alvo científico e não terá tanta flexibilidade quanto ao local onde poderá observar em um determinado momento” explica a NASA. Também não será mais possível o rastreamento de objetos em movimento mais próximos de nós do que Marte.

O que acontecerá com o telescópio Hubble daqui em diante?

Em meados da década de 2030, o Hubble começará a cair. Em meados da década de 2030, o Hubble começará a cair. 

Finalmente, uma esperada redução no tempo de mudar de uma meta científica para outra poderá atrasar o agendamento das operações em até 12%, afirmou em uma teleconferência o gerente de projeto do Hubble, Patrick Crouse, do Goddard Space Flight Center da NASA. 

Negando informações de que o icônico telescópio espacial esteja em seus últimos estágios de existência, o engenheiro aeroespacial afirmou que, após avaliar a confiabilidade dos giroscópios, sua equipe concluiu que "há uma probabilidade superior a 70% de operar pelo menos um giroscópio até 2035”. 

É lógico que, como acontece com todos os grandes heróis da ciência, também o Telescópio Hubble chegará ao fim de sua carreira, com ou sem giroscópios, em meados da década de 2030. Esse é o início da janela para que o efeito do arrasto (fricção com a atmosfera) aumente e conduza o observatório a um processo natural de incineração. 

Gostou do conteúdo? Então, fique por dentro de mais curiosidades sobre o universo como essa aqui no TecMundo e aproveite para ver as imagens tiradas pelo Telescópio Hubble de galáxias brilhantes em rota de colisão. Até a próxima! 


Por JORGE MARIN

Especialista em Redator


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