USP desenvolve técnica sustentável para produzir plástico
Por Kris Gaiato (via nexperts)
07/02/2020 - 02:00•1 min de leitura
Imagem de USP desenvolve técnica sustentável para produzir plástico no tecmundo
Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos desenvolveu uma técnica sustentável para a obtenção de carbono — elemento indispensável para a produção de plástico, além de medicamentos, cosméticos e outros produtos.
Por meio do aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar, os pesquisadores conseguiram criar um composto com 10 átomos de carbono (C10) com potencial para ser inserido na indústria de plástico.
Com as mudanças climáticas, diversos países se comprometeram a repensar a maneira de lidar com o carbono que, normalmente, é extraído do petróleo. Por esse motivo, espera-se que 20% a 30% da produção de carbono adote fontes sustentáveis nas próximas décadas.
Segundo o estudo publicado na revista Green Chemistry, o bagaço de cana contém um líquido incolor chamado valerolactona. Cada molécula deste composto orgânico possui 5 átomos de carbono. Sabendo disso, a equipe uniu duas moléculas do líquido para formar o C10.
O professor orientador da pesquisa, Antônio Burtoloso, afirmou que a síntese do C10 leva apenas um dia. Ele também destacou que o método utilizado pela equipe além de rápido, é simples de baixo custo — e ainda pode ser aplicado em larga escala.
Reaproveitamento de matéria-prima
Como explica o professor Antônio Burtoloso, não é necessário plantar a cana-de-açúcar para obter carbono e, por consequência, o plástico e demais materiais.
O foco da USP é trabalhar com o bagaço que sobra das produções dessa cultura. De acordo com um estudo publicado há três anos pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), o Brasil gerou 166 toneladas de bagaço nas safras de 2015 e 2016. Parte das safras acaba sendo descartada e esse excedente pode ser aproveitado para gerar C10.
A extração de petróleo apresenta muitos impactos negativos e, por esse motivo, a popularização deste modo de produção poderia representar um passo importante em direção à preservação ambiental. O que achou dessa novidade? Dê sua opinião nos comentários!