Como saber se meu telefone celular foi clonado?

Por Felipe Gugelmin Valente

16/11/2011 - 08:553 min de leitura

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Imagem de Como saber se meu telefone celular foi clonado? no site TecMundo

Acostumado a uma conta mensal de celular que raramente chega aos 100 reais, um dia você se depara com uma cobrança absurda de 2 mil reais em ligações. Os números registrados são os mais variados possíveis, incluindo até mesmo alguns localizados nos Estados Unidos – e olha que você mal arranha o inglês e nunca falou com um estrangeiro.

A não ser que você tenha seu aparelho roubado (ou um familiar que o pegou escondido), são grandes as chances de que o celular tenha passado por um processo de clonagem.

Irmão gêmeo maligno

Um telefone celular clonado se trata de uma cópia fiel de um aparelho, que possui exatamente o mesmo “DNA” de um aparelho legalizado – no caso, ambos compartilham o mesmo número de discagem e a identificação de série usada pelo fabricante. A diferença está no fato de que a pessoa que utiliza o dispositivo clonado não tem que se preocupar com contas, que são enviadas somente para o dono legal da linha.

Aparelhos com essa característica são usados por fraudadores como uma forma de fazer ligações telefônicas caríssimas, deixando o problema de arcar com os custos para a pessoa que teve as informações do aparelho copiadas.

CDMA: o grande perigo

A clonagem de números se mostra mais bem-sucedida em aparelhos que contam com a tecnologia CDMA, e, embora também afete dispositivos com a tecnologia GSM, se mostra muito mais rara nesse caso.

Enquanto os aparelhos CDMA contam com um número serial eletrônico (ESN) e um número de identificação móvel (MIN), aqueles com a tecnologia GSM são identificados somente pelo IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel), número de identificação global e único para cada celular, que se mostra um grande obstáculo aos falsários.

Para capturar as informações de um portátil, criminosos costumam usar um aparelho conhecido como scanner, capaz de detectar e gravar as informações dos aparelhos ligados nas proximidades. Já no caso dos celulares GSM, a clonagem se dá através da cópia do cartão SIM utilizado pelo usuário – processo mais difícil de se realizar e que desestimula a atividade criminosa.

A posição das operadoras

Em nota enviada ao Tecmundo, a Vivo informa que, atualmente, a clonagem de linhas móveis está relacionada exclusivamente à utilização de telefones na rede CDMA. Segundo a operadora, há mais de um ano não é detectada tal modalidade de fraude entre os clientes da empresa.

Mesmo assim, a companhia afirma que monitora a situação de forma constante e, caso comprove a ocorrência da clonagem dos aparelhos, devolve os valores cobrados ao cliente. Se o cliente tiver suspeitas de que teve seu dispositivo clonado, deve abrir um protocolo através do Call Center *8486 ou nas lojas próprias da Vivo.

Também entramos em contato com a TIM para esclarecimentos sobre o problema. Porém, até o momento do fechamento deste artigo, não obtivemos uma resposta quanto ao posicionamento da operadora.

Sintomas do contágio

Assim como a maioria das doenças, só é possível desconfiar de que o celular foi clonado quando começarem a surgir os primeiros sintomas. Entre os problemas mais comuns está a dificuldade de completar ligações telefônicas e o recebimento de chamadas feitas a partir de cidades distantes por pessoas desconhecidas.

Outro problema é a interceptação de ligações feitas por amigos, que apesar de discarem o número correto, acabam falando com uma pessoa desconhecida. Além disso, são comuns as dificuldades para se completar chamadas, que costumam ficar marcadas pela queda frequente nas comunicações.

 O sinal mais claro de que há um problema é o surgimento de contas telefônicas incompatíveis com o uso normal. Embora nem sempre uma cobrança errada signifique que há uma cópia do aparelho circulando por aí, tal ocorrência é o indício mais forte que o consumidor pode ter de que há algo errado com a linha assinada.

Providências a tomar

O primeiro passo a seguir caso você desconfie da clonagem é entrar em contato com a prestadora de serviço utilizada e solicitar o bloqueio da linha. Isso deve ser feito de maneira imediata tanto quando há suspeitas de fraude quanto na ocorrência de perda ou extravio do dispositivo.

Segundo a Anatel, caso a denúncia seja feita por telefone, é indispensável anotar a guardar o nome completo do atendente, data, horas e número do boletim gerado no ato da denúncia. Caso a reclamação tenha sido feita de forma direta pelo cliente, deve-se obter uma cópia impressa da ocorrência registrada.

Como se proteger do golpe

Embora qualquer pessoa esteja suscetível a ter seu celular clonado, algumas medidas simples podem dificultar o acesso de fraudadores às informações do aparelho utilizado:

  • Caso tenha um celular antigo, procure trocá-lo por outro compatível com tecnologias mais modernas;
  • Em caso de danos ao aparelho, procure representantes autorizados pelos fabricantes ou oficinas conhecidas pela integridade;
  • Revise mensalmente a fatura enviada pela fornecedora do serviço e, se possível, evite optar pelo débito automático em conta;
  • Ao receber ligações de pessoas identificadas como funcionárias das operadoras, desligue automaticamente caso seja requisitado o pressionamento de algumas teclas;
  • Evite ligar o celular em rodoviárias e aeroportos, principais locais de ação dos fraudadores equipados com scanners. Caso o aparelho entre em roaming, a comunicação pode ser feita com a central através de ondas FM não criptografadas, o que facilita a captura de informações sensíveis;


Por Felipe Gugelmin Valente

Especialista em Redator

Redator freelancer com mais de uma década de experiência em sites de tecnologia, já tendo passado pelo Adrenaline, Mundo Conectado, TecMundo, Voxel, Meu PlayStation, Critical Hits e Combo Infinito.


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