Hackers russos, após polêmica com Trump, mexem com a eleição na França

Por Felipe Payão

25/04/2017 - 06:272 min de leitura

Hackers russos, após polêmica com Trump, mexem com a eleição na França

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Hackers russos, supostamente de um grupo chamado Fancy Bear, provavelmente também estão mexendo "alguns códigos" na atual campanha de presidenciáveis franceses. Onde há fumaça, há fogo: o mesmo grupo já foi indicado por ter ajudado Donald Trump, atual presidente dos EUA, a conseguir uma vantagem no plebiscito norte-americano.

Na França, com as rodadas eleitorais já acontecendo, o candidato que lidera é Emmanuel Macron — e o Fancy Bear quer acabar com a campanha de Macron, de acordo com a Trend Micro.

O phishing busca desacelerar a vantagem de Macron na França

Isso porque foram criados diversos sites maliciosos na internet que, na verdade, são um golpe de phishing. A Trend Micro nota que esses domínios foram desenvolvidos pelo Fancy Bear, que também utiliza o vulgo Pawn Storm. A ideia do golpe de phishing utilizado pelos hackers russos é roubar dados sensíveis de cidadãos que apoiam Macron e, de alguma maneira, desacelerar a campanha do presidenciável.

Emmanuel Macron, um candidato centrista, mostrou na votação de domingo passado (23) que está liderando a votação por uma boa margem, deixando para trás a candidata de extrema-direita Marine Le Pen. O interessante dessa história toda é que, Le Pen, uma crítica ferrenha da União Europeia, comentou que a França deveria ter "um alinhamento mais próximo" com a Rússia.

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O phishing, método supostamente utilizado pelo Fancy Bear, serve para "pescar" usuários e roubar informações sensíveis, como senhas de email, redes sociais, dados residenciais, números telefônicos e até senhas de banco. Um usuário pode ser "pescado" de várias maneiras: email, SMS, mensagem via WhatsApp ou Facebook etc.

Para se proteger do phishing, é necessário cuidado e até certa desconfiança

Normalmente, um cibercriminoso se utiliza da ingenuidade de um usuário para ter sucesso. Por exemplo, o phishing é realizado com mensagens que prometem desde prêmios em dinheiro ou descontos absurdos para produtos que estão na mídia até mensagens que assustam o usuário, como débitos na Receita. No caso, o phishing se baseia na vontade de encontrar informações ou mostrar apoio ao presidenciável Macron.

Para se proteger do phishing, antes de tudo, é necessário cuidado e até certa desconfiança. Exatamente: desconfie de tudo, links ou arquivos, que você recebe em seus aplicativos e email. Depois, desconfie de todas as promoções, prêmios e cobranças que você também recebe em apps e navegador. Em caso de mensagens de promoção e prêmio que você queira participar, vá até o site oficial (ou página oficial na rede social) e busque informações que comprovem. Sobre cobranças e mensagens de banco, a mesma coisa: vá atrás de canais oficiais (vale até realizar ligações) antes de preencher qualquer dado pessoal ou realizar downloads.


Felipe Payão é jornalista. Cobre a editoria de cibersegurança com foco em cibercrime há oito anos e possui dois prêmios especializados: ESET América Latina e Comunique-se 2021.


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